sexta-feira, 27 de abril de 2012

Hoshin kanri (desdobramento da estratégia)




Na maior parte das vezes, os gestores são julgados por sua capacidade de dar direção e administrar a implementação da estratégia. Isso é pouco. Os gestores deveriam ser julgados por sua capacidade de não administrar do modo tradicional – e, assim, obter resultados ainda melhores.

Mas por que em muitos casos a definição e implementação da estratégia tem pouco vigor, eficácia e não consegue engajar os colaboradores? Por que muitas vezes se torna um processo burocrático cujos produtos (relatórios, slides de “power point” etc.) vão para as gavetas ou, no máximo, servem como papel de parede?

Temos visto diversas empresas dando os passos iniciais em busca de uma nova maneira de desdobrar a estratégia.
Conseguem oxigenar, estimular o debate e questionar pressupostos básicos, dando assim uma nova qualidade e eficácia a esse processo, antes focalizados em uma discussão fria e pobre de números e planilhas em torno do orçamento.
Essas empresas em processo de transformação lean conseguem tornar seus líderes em verdadeiros animadores, que dão vida ao processo de definição e desdobramento da estratégia. Vão ao gemba, local onde as coisas acontecem, ajudar as pessoas a entenderem com profundidade os problemas atuais, conectar os esforços de melhoria às necessidades do negócio e estabelecer planos de ação que se tornem hipóteses eficazes.
Com isso, ajudam a resolver alguns dos principais problemas com o desdobramento tradicional da estratégia como: a) a inexistência de um aprofundamento e de uma discussão real sobre os objetivos e necessidades; b) a participação restrita a poucas pessoas no topo da organização; c) o catchball, que, em tese, deveria definir as estratégias, subindo e descendo, nos diferentes níveis, fica restrito à definição fria dos números ou planos de ação, e não como as coisas deveriam ser feitas; d) a visão e os objetivos não são claros; e) metas e objetivos em excesso que confundem e tiram o foco dos esforços.

Muitas metas são irreais, pois advêm da falta de conhecimento da situação atual e dos problemas da empresa. Assim, os planos de ação tornam-se meras listas de desejos, sem um contexto claro e um entendimento real da situação.
Devemos, então, buscar novos conceitos e técnicas para procurar desenvolver pessoas que tomem a iniciativa e assumam a responsabilidade nas várias dimensões de suas atividades, inclusive naquelas ligadas à estratégia.
Podemos usar algumas novas ferramentas, como o processo A3, um método de liderar, mentorar e alinhar as principais ações da empresa. As empresas que estão mudando o modo como constroem esse processo partem de algumas premissas e valores diferentes dos tradicionais, como o fato de que o papel da alta administração além de definir o hoshin (direção) e o kanri (gestão) é fazer com que todos tomem para si a iniciativa e a responsabilidade de desdobrar a estratégia, não como mero reflexo dos níveis superiores da organização.
É possível revigorar o hoshin kanri. O processo de desdobramento da estratégia pode se tornar vivo e pulsante, alinhando, orientando e movendo a empresa toda. Passaria a ser um dos motores mais eficazes da organização em busca da sobrevivência e crescimento.

Fonte:

Hoshin Kanri

Hoshin é uma palavra japonesa, sugere o brilho da agulha da bússola de metal, o que conduz todas as unidades individuais em direção à meta.
Imagine uma armada, em uma noite sem estrelas, levando conquistadores na direção do alvo. Cada capitão é o mestre da fé de seu navio, embora todos possam chegar, onde planejou, como o destino é conhecido, e um resplendor de agulha da bússola ajuda a manter a trilha.
Hoshin Kanri foi traduzido implantação de políticas, gerenciamento de políticas, implantação objetivo , entre outros.
Algumas empresas mantiveram o nome japonês, curto para HOSHIN . " Kanri "significa" mapa "ou" planejamento ".
Objetivos corporativos são definidos ao mais alto nível
Esta visão deve ser compartilhada por todos, para que de forma consistente se possa atingir as metas. A empresa define os seus próprios objetivos, de acordo com sua visão de negócio, este vai descendo em cascata para a base (difusão vertical) ou em coordenação entre as divisões (colaboração horizontal) ou uma mistura de ambos. O conceito principal : se todos os objetivos subjacentes forem atendidos, o objetivo maior é automaticamente atendido, e assim por diante, em cascata para cima.

Hoshin Matriz

No tempo regular e programada, o progresso é monitorado através de indicadores, definidos ao mesmo tempo como objetivos.
Cada nível / camada relata seu progresso ao seu nível toping / camada. De acordo com avaliação de progresso, onde os desvios devem ser corrigidos.

PDCA



Este processo é interminável, contínua e segue o PDCA (Plan-Do-Check-Action):
Primeiro passo : AÇÃO , os objetivos mais elevados e as prioridades são definidas (planejamento estratégico)
Segundo passo : PLANO ; cada divisão, subsidiária sugerem os seus próprios objetivos, define os recursos e meios necessários, bem como indicadores para monitorar o progresso. Esta é a fase de alinhamento da empresa ou "Implantação objetivos".
No final das negociações internas, o consenso é obrigatório e  as propostas de nível inferior irá obter a aprovação por seu supervisor.
Terceiro passo : DO ; gerentes de divisão, chefes subsidiários, líderes de seção explicam seu plano para o seu pessoal e as ações necessárias .
Quarto passo : CONFIRA ; rever e melhorar, verificar e reagir. A verificação pode ser diária ou com menor frequência. Essa verificação significa que trará reação a qualquer desvio.
Após o ciclo completado, geralmente em um ano, ela será revisada que pode ser através de: auditorias, conferências ...
Os resultados serão analisados ​​e explicados, eles serão a base para definição de novos objetivos para o novo ciclo, começando com uma nova ação.
O PDCA roda, no entanto, não se pode esquecer que o movimento é uma espiral: objetivo, uma vez atendidos, o próximo deve ser definido mais alto!
Três questões-chave da HOSHIN são:
      1. A integração vertical
      2. Coordenação horizontal
      3. Otimização de unidades

A integração vertical

Objetivos são claros e compartilhados por todos os membros da organização, os esforços individuais para trazer contribuição para o objectivo comum. Desde que a imagem de "visão compartilhada", ou o de brilho da agulha principal.

Coordenação horizontal

Processo de melhoria 

Otimização de unidades

Objetivos definidos e em cascata definido para cada unidade permite alcançar a META .


Resumidamente, Hoshin é uma ferramenta de aplainamento de comunicação, e de controle, O ponto forte do hoshin kanri é sua capacidade de traduzir os objetivos qualitativos em objetivos quantitativos e planos de ação. Permite concentrar inúmeros recursos em um número restrito de ações prioritárias.
Hoshin é mais freqüentemente usado para líder estratégico, ou em níveis mais baixos, para conduzir projetos de melhoria.

Diferenças entre Administração por objetivos e HOSHIN 
 Hoshin parece mais focado, enquanto Administração por objetivos baseia-se em direções. Hoshin foca na melhoria do processo ao invés de desempenho.





O consultor Josué Bressane Júnior, entrevistado do programa Mundo Corporativo da Radio CBN,  explica o que é o método Hoshin Kanri.

 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lean Hospital





Recentemente estive visitando um  colega que estava se recuperando de uma cirurgia em um hospital e aproveitei para pesquisar sobre a transformação Lean nos hospitais e descobri as seguintes vantagens da implantação em hospitais, conforme publicado por Jevandro Barros : http://www.blogleanbrasil.com.br/2010/08/resultados-da-implementacao-do-lean-em-hospitais/
  1. Gerenciamento e troca de pacientes entre cirurgias
    Aumento da Capacidade regular e supervisionada em até 30%
    Redução do Tempo de Troca de pacientes entre as OP´s em 40%
  2. Emergência
    Redução do Tempo de Espera dos Pacientes em 38%
    Aumento do número de casos assistidos em 18%
  3. Otimização do Gerenciamento de Admissão e Desligamento de pacientes
    Redução do Tempo de Exposição em 20% (Medicina interna/Pneumologia);
    Redução de Lead Time em até 50%
  4. Gerenciamento de Leitos
    Redução do Tempo de Exposição em cirurgias de rins em 31%
    Redução de Lead Time do planejamento dos leitos em 45%
  5. Otimização das Interfaces entre áreas
    Aumento da Eficiência entre os processos através da melhoria do trabalho conjunto em 13%
    Redução do Tempo de Espera de Pacientes em 25%
  6. Estoques
    Redução dos estoques gerais e em processo em até 65%
    Implementação de Kanban e 5S para gerenciamento dos supermercados
  7. Visitas Médicas
    Aumento da eficiência no trabalho das enfermeiras de 25%
    Aumento da Satisfação dos Pacientes em 18%
  8. Relatório Médico de Liberação
    Redução do Índice de Reclamações de Médicos e Enfermeiros em 50%
    Aumento do número de pacientes com Relatório de Liberação correto e pontual em 32%
 Analisando as possibilidades de melhorias principalmente referente aos principais desperdícios o consultor Luciano Peloche visualizou as seguintes possibilidades:
1 - melhoria nas identificações e sinalizações, especialmente na entrada do hospital, faria com que as pessoas perdessem menos tempo procurando o local onde devem ir (5S);
2 - a recepção principal da enfermaria é desnecessária pra quem já tem agendamento. Deveria ser claro que é para pacientes não agendados / emergências (Trabalho Padrão);
3 - Não existe uma prioridade nos exames, tampouco uma forma de gestão de horários para saber quando é possível fazer "encaixes". Também não existe uma forma de gestão dos protocolos de atendimento. Um quadro (Gestão Visual) resolveria esse problema;
4 - Ainda sobre "encaixes", existe uma oportunidade de nivelamento aqui. É bem provável que exista uma concentração de agendamentos em alguns horários e ociosidade em outros (Heijunka);

  Nos EUA, a IHI (The Institute for Healthcare Improvement), que desenvolve estudos e melhorias no  segmento hospitalar já tem um histórico de bons resultados no segmento.


  No Brasil em São Paulo o Hospital São Camilo em conjunto com o Lean Inst. Brasil são os pioneiros na aplicação de melhorias no segmento hospitalar. A unidade Pompeia da Rede São Camilo economizou 200 mil dólares ao aplicar o Sistema Lean no Serviço de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento (SADT). Só na área de imagens do São Camilo, o Sistema Lean diminuiu a quantidade de filmes de estoque de 8.557 para 2.283 filmes, obtendo uma redução de R$71.000,00. A aplicação do Sistema também liberou dois espaços para o hospital: uma sala de 4,5 metros quadrados, onde ficava um almoxarifado, e outra de 4 metros quadrados que armazenava suprimentos.

“O principal resultado do Lean está sendo a integração das pessoas, e a percepção do papel de cada um na cadeia de valor em que está inserido. Entendemos que esse seja o maior benefício de todos e o que dará sustentabilidade de longo prazo no uso da cultura Lean, com reflexo na própria sustentabilidade da instituição”, afirma o diretor do São Camilo. No Centro Cirúrgico, a implementação piloto do Sistema Lean em uma das salas trouxe ganhos significativos em qualidade, produtividade, segurança, controle de demanda por tempo, economia de recursos e redução da possibilidade de erros. A eliminação de etapas desnecessárias no processo da cirurgia fez com que o intervalo de tempo entre as cirurgias caísse de 1h30min para 30min. Com isto, o hospital “ganhou” o
equivalente a cinco salas cirúrgicas no horário nobre (7h às 19h). Os resultados estimados representam uma economia em processos de 2 milhões de reais e um aumento em até 30% na produtividade.



Exemplo de sistema poka-yoke, aplicado no segmento da saúde:








O uso de poka-yoke para a redução de falhas em serviços de saúde



Exemplo VSM (Value Stream Map)





Exemplo da sistemática Andon:



Pulseira: Medido de pressão arterial, sinaliza as alterações



Exemplo da gestão visual nos hospitais:









Co
sisisi








 mais
Fonte:
http://www.gembapantarei.com/2009/04/visual_management_resource_for_lean_hospitals_1.html
http://www.medifilm.co.uk/
http://www.leonardogroupamericas.com/lga/index.php?option=com_content&view=article&id=196:orwebinar&catid=56:healthcare-programs&Itemid=119rte http://www.ihi.org/Pages/default.aspx

http://www.lean.org.br/comunidade/releases/Workshop_detalha_MFV_no_Hospital_Sao_Camilo.pdf
http://www.leanhealthcareexchange.com/wp-content/uploads/2011/03/HPP_CaseStudy_Nursing_Satisfaction.pdf

http://www.gembapantarei.com/2009/04/visual_management_resource_for_lean_hospitals_1.html
http://www.medifilm.co.uk/
http://www.leonardogroupamericas.com/lga/index.php?option=com_content&view=article&id=196:orwebinar&catid=56:healthcare-programs&Itemid=119
http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2011/artigos/E2011_T00309_PCN36396.pdf

sábado, 14 de abril de 2012

Gemba Walk




Todos que pegaram o vírus lean compartilham pelo menos um sintoma: amamos observar o trabalho. Amamos ir ao gemba e assistir o trabalho de criação de valor, o verdadeiro trabalho do negócio.

Desde que me juntei ao LEI, há menos de um ano, tenho aceitado convites para visitar seus gemba nos cinco (uau!) continentes. Concluindo uma caminhada recente pelo gemba, surgiu a questão, "O que você procura...?". Aqui estão algumas diretrizes que utilizo quando estou fazendo uma caminhada pelo gemba como um conselheiro externo.


Vá Ver, Pergunte Por Que, Demonstre Respeito

As palavras do Presidente da Toyota, Fujio Cho, "Vá ver, pergunte por quê, demonstre respeito" agora são famosas como princípios básicos do lean. Eu escutei essas palavras pela primeira vez do próprio Sr. Cho quando eu era gerente geral durante o início dos anos 90 na início das atividades do Centro de Suporte de Fornecedores da Toyota nos EUA. Cada semana começava com uma reunião com o Sr. Cho, que era conselheiro, para discutir atividades, progressos, problemas e planos.

Vá ver, pergunte por que, demonstre respeito é a forma com que transformamos a filosofia do empirismo científico no comportamento real. Nós vamos observar o que está realmente acontecendo (no gemba onde o trabalho acontece), enquanto demonstramos respeito às pessoas envolvidas, especialmente as pessoas que executam o verdadeiro trabalho da criação de valor do negócio. Portanto, agora vamos fazer a análise detalhada do trabalho.

Vá Ver

Começa com "vá ver", então, como você vai ver? O que você procura?


Queremos entender cada gemba do ponto de vista do Propósito, do Processo e das Pessoas. De uma forma mais simples e direta: a gestão está funcionando para alinhar pessoas e processos a fim de alcançar o propósito? Os processos são projetados para capacitar as pessoas a trabalharem em direção a alcançar o propósito organizacional? Aqui temos algumas questões para nos aprofundarmos mais sobre isso:

1. Qual é o propósito deste gemba e, mais amplamente, o da organização? Eles estão alinhados? Você consegue enxergar alinhamento no processo e nas pessoas?
2. Os processos são projetados consistentemente para alcançar o propósito?
3. As pessoas estão engajadas em trabalhar para alcançar o propósito, e elas são apoiadas neste trabalho pelos processos?

Embora o propósito evidentemente venha primeiro, eu geralmente foco primeiro no processo quando estou caminhando pelo gemba. Frequentemente começo fazendo apenas uma pergunta simples e direta sobre o propósito. O que a organização ou os indivíduos estão tentando fazer - objetivos e problemas - em geral, e/ou HOJE? Depois disso, nós imediatamente iniciamos nossa caminhada, observando e fazendo perguntas focadas no processo. Em seguida, sempre faço o caminho de volta para aprofundar minhas perguntas sobre o propósito, os objetivos e os problemas.

Observar a dimensão do processo e das pessoas significa procurar entender o gemba (seja ele especificamente o gemba que está sendo visitado ou a organização como um todo) como um sistema sócio-técnico. Pessoalmente, eu gosto de tentar entender o lado técnico primeiro. Apesar de observar ambas as dimensões em paralelo, se eu conseguir entender o que esse gemba está tentando fazer tecnicamente ou mecanicamente - compreendendo o lado técnico de seu problema -, eu consigo facilmente elaborar as melhores perguntas que devem ser feitas para ajudá-los a entender melhor onde seus verdadeiros problemas estão e o que eles precisam fazer em seguida.

Então, baseado na situação atual de seu gemba, eu posso começar a considerar exatamente o que esse gemba e essas pessoas precisam aprender. E, então, posso pensar em como consigo ajudá-los a aprender.

Pergunte Por Que

Depois de ir ver, agora dentro do gemba, como fazemos para entender e analisar o lado técnico ou o lado do processo para entender o gemba como um sistema? Primeiro, uma questão reflexiva para você:

O que você procurou da última vez que foi ao 'gemba'? O que você procura sempre que vai ao 'gemba'?

Aqui estão quatros formas como as pessoas veem o trabalho através de diferentes "lentes lean":

1. Visão da solução

 Procura oportunidades para usar as ferramentas lean.

Você deve ter cuidado aqui. O uso de ferramentas sem objetivo é uma das razões mais comuns de falha das grandes ou pequenas iniciativas lean e uma vez que o padrão foi definido fica mais difícil superar.
Lembre-se de que o pensamento lean fundamenta-se em nunca pular para as conclusões ou para as soluções, por isso a visão da solução não é exatamente uma visão lean. Mas, ela é muito comum entre praticantes bem-intencionados e até mesmo com bastante experiência.

2. Visão do desperdício

Procura desperdícios.

Os sete (ou oito) tipos.
Especialmente a superprodução.
Outros tipos.

3. Visão do problema

Começa com os objetivos do local de trabalho.

Confirme: "O que você está tentando alcançar?"
Pergunte: "Por que você não consegue?"

Foca no sistema, na qualidade, na entrega, no custo e na moral.
Problemas: o sintoma ou o problema presente no desempenho.
Causas: pontos da causa no trabalho.

4. Visão do kaizen - procura padrões, formas, ferramentas, rotinas, kata.

Aplica-se ao nível do sistema - "kaizen de sistema"
Mapeamento do fluxo de valor mais fluxo de materiais e informação para o projeto do sistema.
Aplica-se ao nível do sistema – “kaizen pontual”
Trabalho padronizado e kaizen diário.

Tanto a visão do kaizen quanto a visão do problema são solidamente fundadas no PDCA (planejar, fazer, checar e agir). A visão do problema é flexível e não requer nenhum conhecimento específico sobre lean. Porém, pode levar um longo tempo para se enxergar resultados e o trajeto pode ser muito incerto. Ele é capacitado por um processo robusto de solução de problemas que pode tomar diversas formas específicas. O processo de oito etapas da Toyota (Processo de Negócio da Toyota - TBP) é muito bom. Procure-o e tente fazer.

Assim como a visão do problema, a visão do kaizen incorpora o PDCA, mas também parece estabelecer padrões de comportamento específicos (seja ele novo ou bem conhecido). Esses padrões - kata - levam-nos ao aprendizado, à melhoria contínua e à inovação de novos padrões. O conceito é "entrar pela forma" - para dominar os padrões de comportamento, fazendo deles habituais, a fim de entender o pensamento.Dê uma olhada no livro de Mike Rother, "Toyota Kata".

Para observar com uma visão do kaizen, é vantajoso começar sua caminhada pelo gemba o mais próximo possível do cliente e trabalhar o caminho de volta, considerando "como o fluxo se pareceriano todo?" Pense no sistema assim como no processo individual. Os padrões, rotinas e ferramentas do Sistema Toyota de Produção são projetados para serem estruturas de melhoria e aprendizado. Eles nos ajudam a enxergar claramente, a entender e, até mesmo, ajuda-nos a ensinar e orientar.

Infelizmente, eu ainda acho que a visão do kaizen está extremamente em falta na maioria das caminhadas pelo gemba que eu observo. E ainda estou contente que mais pensadores lean estão avançando para além das "lentes de solução" (que não são exatamente um pensamento lean), além das simples lentes do desperdício (sim, não queremos desperdícios, mas precisamos procurar entender POR QUE os desperdícios estão aí e O QUE podemos fazer sobre suas CAUSAS) e muitas estão trabalhando firmemente a partir do enfoque da solução de problemas. Isso representa um grande progresso para a comunidade lean.

Fazendo Perguntas no Gemba

Apesar de este ser o segundo elemento do "vá ver, pergunte por que, demonstre respeito", "por quê?" não é realmente a primeira pergunta que queremos fazer no gemba. Primeiro pergunte o que, depois por que, em seguida e se... e, finalmente, por que não.

O propósito e o processo de perguntar por que:

Pare e observe. Seu carro tem um GPS; você precisa de um GTS (Grasp The Situation) - um processo 'Entenda a Situação'. Precisamos treinar nossos olhos para enxergar e nossas mentes para simplesmente perguntar o que primeiro.

Perguntar por que - para diagnosticar - vem depois. Como David Verble diz, "Não pergunte 'por quê?' antes do tempo". (Verifique com David e outros sensei no novo A3 Dojo em lean.org).

Demonstre Respeito

Quando for ver, o pensamento lean ordena (sim, ordena) que demonstremos respeito por todas as pessoas, especialmente àquelas que fazem o trabalho de criação de valor do negócio, as atividades que criam valor para os clientes. Ao visitar qualquer gemba, demonstrando respeito aos funcionários nós também demonstramos respeito aos clientes e à empresa, analisando evidências de desconexão entre objetivos definidos, talvez expressos nas declarações das visões do "norte verdadeiro" da organização, versus o que realmente observamos no gemba.

Sempre procure sinais de desrespeito a:

1. Funcionários - especialmente muriou sobrecarga.
2. Clientes - entregas ineficientes ou qualidade baixa - especialmente de mura controlável ou de flutuação e variação.
3. Própria empresa - encontra problemas e muda ou desperdícios, em todas as suas formas.

Mas o funcionário é o primeiro e o melhor a se verificar. Pense neste fluxo:

Respeitar as Pessoas » Crer nas Pessoas » Desenvolver Pessoas » Desafiar Pessoas

Nós respeitamos as pessoas porque acreditamos que essa é a coisa certa a se fazer e simplesmente porque isso é um bom negócio.
Pense em construir seu sistema operacional a partir dos trabalhadores que criam valor. Observe o funcionário e constantemente elimine cada parte do trabalho que não cria valor. Continue fazendo isso, engajando os funcionários no processo, até que nada seja reste exceto o trabalho que cria valor, até que todo desperdício tenha sido eliminado e o trabalho que não cria valor seja isolado e retirado, distribuído para apoiar as operações.

Para alcançar esse nível de "lean", você descobrirá que precisa simplesmente engajar os corações e as mentes das pessoas que executam o trabalho. Você terá que confiar nelas, assim como você tem que confiar nelas para virem trabalhar e para exercerem suas funções para que você seja pago pelo seus clientes.

Uma vez reconhecido que não temos escolhas senão confiar em nossos funcionários, torna-se fácil enxergar o próximo passo, que é desenvolvê-los. Como afirma o ditado lean, "Antes de fazermos produtos, nós fazemos pessoas".

O que nos leva diretamente à dimensão mais caracteristicamente lean de respeito pelas pessoas: o desafio. Respeitar as pessoas é geralmente mal-compreendido por determinar um local de trabalho democrático, moderno e esclarecido, no qual todos são tratados com grande cortesia, respeitosa epoliticamente correta. Ainda, o respeito exige que desafiemos um ao outro para sermos o melhor que pudermos ser. A habilidade de estabelecer expectativas desafiadoras é uma das mais importantes da liderança lean.

Mais importante, respeito significa fazer o possível para tornar o trabalho mais fácil para os funcionários, o que começa por não tornar as coisas piores. E ainda encontramos líderes prejudicando ainda mais mesmo quando tentam ajudar!

O que nos leva à primeira regra da caminhada pelo gemba: "Não cause danos!"

Uma Observação sobre a Liderança Baseada no Gemba

A todos os lugares que vamos, ainda encontramos grande quantidade de evidências de que a visão convencional do líder como o "homem (ou mulher) respostas" - o líder que sempre tem uma resposta pronta e cuja resposta está sempre certa - continua muito forte. E, certamente, o papel do líder de fornecer a visão, a direção, mostrar o caminho do norte verdadeiro é fundamental para o sucesso lean.

Mas também vemos muitas evidências de danos causados pela transmissão de respostas executivas que reverberam negativamente por toda a organização. Eu deveria enfatizar que as diretrizes acima são minhas, baseadas em minhas visitas aos gemba como um observador externo convidado.É vital para cada um de nós considerar primeiro, dependendo de onde você trabalha em sua organização, onde é seu verdadeiro gemba? É fácil que os líderes causem mais problemas do que os suavizem - o CEO que tenta eliminar diretamente os desperdícios geralmente causam ainda mais desperdícios em vez de evitá-los.

Aqui estão dois conjuntos de perguntas simples para você:

Já perguntamos: "O que você procurou da última vez que foi ao gemba?" "O que você, no geral, procura quando vai ao gemba?"

Depois pergunte, "O que você fez?"

E o conjunto subsequente de perguntas:

"O que você procurará da próxima vez que for ao gemba?" "O que você procurará (em geral) quando for ao gemba?" "O que você fará?"

Em outras palavras, pergunte o que você fará para ajudar.

Quando prescrições são feitas à distância, coisas ruins parecem acontecer. Confirme o que está realmente acontecendo, quando está acontecendo. Diagnostique e prescreva o mais próximo do local e em menos tempo possível. Pensamos que essas são as práticas e princípios mais importantes da gestão lean.




quarta-feira, 11 de abril de 2012

OEE Overall Equipaments Effectiveness



Esta pequena apresentação faz parte de um artigo escrito pelo Engenheiro José Pedro Amorim Rodrigues da Silva:Way to Mesure Equipament Effectiveness.

O OEE teve origem no TPM (Total Productive Maintenance),parte integrante do TPS (Toyota Production System) e o seu criador, Seiichi Nakajima, desenvolveu como meio de quantificar não apenas o desempenho dos equipamentos, mas também como métrica da melhoria contínua dos equipamentos e processos produtivos.Com a adoção dos conceitos do TPS por inúmeras empresas japonesas e com o desenvolvimento do Lean Manufacturing no ocidente, o OEE tornou-se o referencial mundial para medição do desempenho dos equipamentos das empresas industriais.Como já referimos, o OEE é um indicador “tri-dimensional” que reflete as principais perdas relacionadas como equipamento. Quantifica quanto eficaz é o equipamento na agregação de valor ao produto obtido num processo produtivo. .Do mesmo modo que as perdas de produção relacionadas com os equipamentos têm três origens, o OEE é composto por três fatores representativos dessas três origens:• Disponibilidade •Eficiência •Qualidade.
Um modo simples de apresentar o conceito do OEE é através da definição da “Máquina Perfeita”: Se durante um determinado período de tempo não existirem perdas de nenhum tipo, isto é, o equipamento esteve sempre apto a produzir quando necessário produziu sempre produtos sem defeitos à primeira e à velocidade máxima definida, então diz-se que operou com 100% de eficácia global.
 
Grandes Perdas
A implementação de um sistema OEE requer uma avaliação prévia das necessidades, definição de objetivos a atingir e a montagem de um plano de implementação.
Deve ser considerado um projeto de empresa e não como “mais uma moda” que vai criar mais burocracia no chão de fábrica. A metodologia e recursos irão depender da dimensão da fábrica e do seu grau de automatização.Em fábricas com linhas automáticas ligadas a sistemas informatizado de controle do processo deverá encarar-se o investimento  em programas informáticos dedicados ao OEE ou o desenvolvimento de um programa OEE no próprio sistema de controle do processo. As grandes vantagens de um programa OEE integrado são •possibilitar “em tempo real” monitorar a eficácia dos equipamentos individuais e das linhas de processo em que eles estão inseridos; •minimizar o trabalho administrativo com o OEE; •garantir a confiabilidade dos dados; •permitir tomar ações corretivas mais rapidamente; •possibilitar a divulgação dos resultados “on line” para vários níveis da empresa.Em unidades fabris com equipamentos discretos conduzidos por operadores e em células de manufatura/montagem, faz todo o sentido implementar um sistema baseado em registos manuais em papel,complementados com ferramentas em planilhas no Excel. Em qualquer dos casos a divulgação dos resultados do OEE, a sua evolução e o acompanhamento das das ações corretivas e de melhoria, deverá ser feita por sistemas visuais, colocados junto dos equipamentos.Um projeto OEE compreende as seguintes fases: 1. Identificação de necessidades e definição de objetivos
2. Definição conceitual
3. Planejar o projeto
4. Aquisição ou criação dos meios
5. Formação e treinamento dos operadores, supervisores e gestores
6. Implementação piloto em equipamento(s) selecionado(s)
7. Implementação à todos os equipamentos da fábrica
8. Melhoria permanente e continua do OEE


Cálculo do OEE


Fontes:
http://www.scribd.com/doc/15122575/OEE-A-FORMA-DE-MEDIR-A-EFICACIA-DOS-EQUIPAMENTOS
http://oeeindustrystandard.oeefoundation.org/history/
 José Pedro Amorim Rodrigues da Silva