quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Suspeito: Toddynho





  A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul autorizou nesta terça-feira a volta da comercialização do achocolatado Toddynho no Estado. A venda da bebida estava suspensa havia duas semanas, depois que 39 pessoas relataram que passaram mal ao ingerir o produto.
  A Vigilância da Saúde estadual, no entanto, manteve a interdição do Toddynho com numeração de L4 32 05:30 a L4 32 6:30 e data de validade de 19 de fevereiro de 2012. O órgão reafirmou que as unidades do produto com essa numeração devem ser apreendidas pelas Vigilâncias Sanitárias caso ainda sejam encontradas no comércio. Também justificou a liberação argumentando que as análises dos demais lotes do achocolatado, feitas pelo Laboratório Central do Estado, mostraram qualidade satisfatória.
  Os consumidores que passaram mal relataram que sofreram lesões na boca, ardência e irritação. Alguns deles falaram que o líquido nas caixinhas parecia água sanitária.
  A PepsiCo, responsável pela fabricação do Toddynho, disse que houve uma falha de uma máquina na linha de produção em Guarulhos (SP). Segundo a empresa, 80 unidades foram envasadas com uma mistura de água e detergente. Falou ainda que se colocou à disposição dos consumidores afetados. O Ministério Público gaúcho decidiu investigar o caso.




Explicação da Pepsi, no site http://www.toddynho.com.br/ :

 Com base nas avaliações realizadas, foi identificada uma alteração no conteúdo de embalagens de 200ml de TODDYNHO® Original, com numeração L4 32, produzido no dia 23 de agosto, no intervalo das 5h30 às 6h30, com validade até 19/02/2012 em Guarulhos, São Paulo, e que teve comercialização restrita ao estado do Rio Grande do Sul. A avaliação indica que durante o processo de higienização dos equipamentos, conforme rotina padrão, houve uma falha e uma das linhas envasou algumas embalagens de Toddynho com o produto usado para limpeza, à base de água e líquido detergente. A empresa recolheu imediatamente, ainda dentro das fábrica, as embalagens impróprias para o consumo, porém cerca de 80 delas chegaram ao mercado. Vale reforçar, portanto, que essa irregularidade não se deve a um problema na formulação do produto, que tem sua qualidade reconhecida em 30 anos no mercado brasileiro, mas de uma questão pontual no processo de envasamento.

Analisando o processo de envase

  O processo de envase de produtos é um processo que é monitorado constantemente, porque existem várias variáveis que podem interferir na qualidade do produto final, desde a contaminação até interferências ocasionadas por problemas nos equipamentos e falhas no procedimento de fabricação.
  O que ocorreu com o produto Toddynho, foi uma sucessão de erros conforme relatos disponíveis pela imprensa, desde problemas nos equipamentos, segregação dos produtos e nas tomadas de desições.

  Para um processo crítico como o de lavagem dos tanques, que normalmente é chamado de sanitização, e que utiliza de produtos químicos e de água quente  para limpeza dos tanques e das linhas de envase, tem que ter medidas de seguranças que eliminam o problema de contaminação, desde uma rotina de manutenção prioritária dos sensores e dispositivos. A empresa deve utilizar uma metodologia FMEA (Análise de Modo e Efeito de Falha) , para analisar todas as possíveis causas das ocorrências que podem afetar a qualidade do produto, outra metodologia recomendada é a da HACCP (Análise de Riscos e Controle de Pontos Críticos), O sistema HACCP cobre todo tipo de fatores de risco ou perigos potenciais à inocuidade dos alimentos - biológicos, químicos e físicos, quer sejam os que ocorrem de forma natural no alimento, no ambiente ou decorrentes de erros no processo de fabricação. Provavelmente a empresa Pepsico deva utilizar essas ferramentas mas deverá rever suas análises.
  Uma situação preocupante, é que a ocorrência da contaminação foi detectada no fabrica e que ocorreu uma falha na segregação dos produtos contaminados, alguns questionamentos para análise:
a- As pessoas que estavam fazendo a segregação dos produtos contaminados tinham o treinamento para efetuar esta atividade;  
b- Foi feito algum procedimento específico para esta atividade de segregação;

 A empresa, tinha que ter certeza e garantia que todos os produtos que estavam com problemas foram segregados e descartados, ou mesmo eliminar toda a produção do dia da ocorrência na qual se evitaria toda e exposição negativa nas ultimas semanas. (Linha: L04 32 Hora: 05:30 06:30 Data: 23 de agosto). Apesar da empresa ter trabalhado na sistemática de Recall (0800 703-2222 ), que é uma sistemática utilizada com frequência pelas montadoras automotivas, o impacto de um produto contaminado no caso de alimentos e bebidas interfere imediatamente na saúde do consumidor que o adquiriu. 


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