quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Green Kaizen




Este é um artigo do consultor Vijay Allaham,  do Kaizen Insitute India, Africa e Oriente Médio. O artigo apresenta os conceitos do Green Kaizen.


A revolução industrial afetou muito a sociedade e como resultado beneficiou a humanidade. Avanços na tecnologia de fabricação significam que os luxos que poucos podiam pagar no passado agora estão presentes na vida de muitos (automóvel, lâmpada elétrica, etc.). Desenvolvimentos na área de transporte, começando com o motor a vapor e depois automóveis e aeronaves, significa agora que grandes distâncias podem ser percorridas em poucas horas. Melhorias na medicina tem ajudado a prolongar a expectativa de vida humana, como exemplo a expectativa média de vida de um americano é agora 30 anos maior do que era há um século atrás.

O processo de industrialização começou no Reino Unido no final do século 18 e se intensificou ao longo do século 19. Os EUA e o resto da Europa foram industrializados rapidamente no século 19. Mas a taxa de industrialização global apenas se intensificou depois da segunda guerra mundial, na segunda metade do século 20 em países como China, Índia e Brasil. Enquanto isso trouxe crescimento econômico e avanço nos custos de desenvolvimento. O processo de industrialização necessitou bastante da queima de combustíveis fósseis o que tornou a sociedade cada vez mais dependente de energia. Com a queima destes combustíveis fósseis a taxa de emissões de gases de efeito estufa aumentou quase exponencialmente ao longo do último meio século. O aumento correspondente na temperatura global no mesmo período não é coincidência (ver gráfico). Os cientistas acreditam que o aumento dos gases estufa na atmosfera contribuem diretamente para o aquecimento global. Além disso, as emissões de indústrias e automóveis tornaram a maioria das grandes cidades em todo o mundo quase inabitáveis. O desmatamento está ocorrendo num ritmo acelerado, devido a grande procura por matérias-primas e terras cultiváveis. A água potável está se tornando escassa em todo o mundo. Aterros cheios de materiais não-biodegradáveis ​​são comuns agora. Infelizmente, o crescimento acelerado de necessidade de energia e desperdício de recursos não demonstra nenhum sinal de diminuição.

Os perigos causados por este crescimento desenfreado são evidentes. As temperaturas globais estão em ascensão, e são projetados para continuar crescendo, causando danos incalculáveis ​​em todo o mundo. Recursos naturais como petróleo, carvão e gás, hoje são abundantes porém finitos. A deterioração da qualidade do ar e da água e escassez de água tem implicações graves para o bem-estar humano. Apesar disso, poucas ações foram tomadas para combater esses perigos. Cúpulas globais tem focado em atribuir culpa por emissões passadas ao invés de desenvolver soluções para evitar ou diminuir os efeitos do aquecimento global. Algumas empresas se comprometeram com o desenvolvimento “sustentável” como parte de sua responsabilidade social e os indivíduos estão começando a se conscientizar das consequências de suas ações para a mudança climática ou aquecimento global. No entanto, estes não são suficientes é necessário uma forma diferente de fazer as coisas para moderar o impacto de nossas atividades sobre o meio ambiente.
O Método Kaizen Lean

Muitas empresas em todo o mundo ao longo nas últimas duas décadas tem adotado as ferramentas e práticas Kaizen Lean para melhorar suas operações. Em um nível básico, a filosofia Kaizen Lean defende a identificação e o esforço incessante para minimizar ou eliminar os sete tipos de muda (ou desperdícios) nos processos. Estes sete tipos de Muda são:
  1. Superprodução – Produzindo mais ou mais cedo do que a exigência do cliente.
  2. Estoque – Excesso de matéria-prima, estoque em processo ou estoque de produtos acabados.
  3. Espera – Qualquer peça, ou pessoa, ou máquina em espera.
  4. Defeitos – produzindo um produto defeituoso ou serviço.
  5. Transporte – Movimento de material de um lugar para outro.
  6. Movimento – O movimento de uma pessoa de um lugar para outro.
  7. Processamento em excesso – Incorporando processo que o cliente não estaria disposto a pagar.
Estas são considerados atividades que não agregam valor, ou seja, atividades que não acrescentam valor para o cliente ou usuário final, e através da observação e análise minuciosa no Gemba (local onde o trabalho é feito ou o valor é adicionado), com ferramentas como o “Mapeamento do Fluxo de Valor”, elas são identificadas. Atividades de melhoria são geralmente voltadas para minimizar ou eliminar as atividades que não agregam valor ao processo. Qualquer profissional Kaizen ou empresa que pratica Kaizen não poderia deixar de comprovar a grande importância dessa simples filosofia.
Na mesma linha, a nossa abordagem ao meio ambiente segue no sentido de identificar e eliminar ou minimizar “riscos ambientais”. Temos esses riscos classificados em cinco tipos:
  1. Uso de energia não-renovável – energia gerada por fontes como carvão, gás, óleo, nuclear, etc.
  2. Emissões Atmosféricas:
    • Emissões através de produto ou serviço – as emissões nocivas geradas durante o processo de fabricação do produto ou serviço, ou emissões geradas durante o uso contínuo do produto ou serviço.
    • Emissões de transporte – as emissões nocivas geradas pelo transporte (aéreo, marítimo ou rodoviário).
  3. Água:
    • Uso – O excesso de uso ou desperdício de água.
    • Poluição – Produtos químicos ou contaminantes nocivos despejados em fontes de água.
  4. A utilização de material não-biodegradável:
    • Material direto – Teor de materiais não-biodegradáveis ​​no produto.
    • Lixo – Conteúdo não biodegradável de material descartado ou lixo.
  5. Dano Ecológico – Danos causados ​​ao equilíbrio ecológico por ações como o desmatamento, ou corte de árvores, ou prejudicar o habitat de certas espécies.
Uma análise completa de todos os processos do negócio, através de ferramentas como o “Mapeamento do Fluxo de Valor Verde” devem ser realizados para identificar e quantificar esses cinco “riscos ambientais”. Assim para minimizar e eliminar esses riscos dos processos é necessário um grande esforço. Fundamentalmente, as empresas devem procurar ser neutra em emissões de carbono, sem contaminação de água, com zero contribuição para os aterros e com zero dano ecológico.
No longo prazo, se esta forma de pensamento for adotada em massa, as empresas e pessoas poderão contribuir para reduzir o impacto negativo de nossas ações sobre o meio ambiente. Não fazer nada ou continuar da mesma forma que agimos ao longo do século passado não é uma opção. Nós podemos ficar com um planeta inabitável nas próximas duas gerações, se não mudarmos os nossos métodos.


Fonte:
Autor: Vijay Allaham, consultor do Kaizen Insitute India, Africa e Oriente Médio.
http://blog.br.kaizen.com/2012/08/13/green-kaizen/
Tradução: Carla Namour, consultora do Kaizen Institute Brasil.

Adicionalmente, tem um vídeo muito interessante explicando o Green Value Stream Mapping, segue o endereço de acesso:  http://vimeo.com/42586652


Um comentário:

  1. Engenheiro de Produção,
    Obrigado por visitar o blog do Kaizen Institute Brasil e ter citado a fonte do post.
    Um grande abraço,
    Luiz Nascimento
    Consultor do KIBR

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