Depois de um abril exuberante, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) adentrou maio com o pé direito. Teve nesta segunda-feira sua maior alta porcentual desde janeiro e o índice Bovespa voltou aos 50 mil pontos, onde pisou pela última vez em setembro do ano passado. Dados bons sobre a economia chinesa - e também norte-americana - e recomendação sobre os países emergentes trouxeram fluxo de investidores estrangeiros, mas hoje também sobraram ordens de compras dos corretores domésticos.
O Ibovespa subiu 6,59%, maior alta porcentual desde os 7,17% de 2 de janeiro de 2009. Acabou na máxima pontuação do dia, aos 50.404,53 pontos, maior nível desde os 50.782,99 pontos de 26 de setembro de 2008. Na mínima do dia, atingiu os 47.290 pontos (estabilidade). Com o desempenho deste primeiro dia útil de maio, os ganhos acumulados em 2009 atingem 34,23%. O giro financeiro hoje é mais do que prova da atração dos estrangeiros: em recordação aos tempos áureos, somou R$ 7,221 bilhões. Os dados são preliminares.
O dado chinês que agradou foi o PMI CLSA China, compilado pelo grupo de pesquisa britânico Markit Group e que mostrou expansão em abril na atividade industrial pela primeira vez desde julho do ano passado. O Brasil também atraiu recursos depois que o megainvestidor Mark Mobius, da Templeton Asset Management, declarou que os mercados emergentes estão indo em direção ao "bull market" (que sinaliza tendência de alta nas bolsas). E, por fim, a Bovespa foi beneficiada pelas Bolsas norte-americanas, que repercutiram dois índices favoráveis - e deixaram de lado a reação ao adiamento para quinta-feira do resultado dos testes de estresse.
O indicador de vendas pendentes de imóveis residenciais nos EUA subiu 3,2% em março - bem mais do que o 1% estimado. Já os gastos totais com construção nos Estados Unidos subiram 0,3% em março, ante previsão de queda de 1,3%, no primeiro aumento nos gastos desde setembro ou em seis meses. O Dow Jones terminou a sessão em alta de 2,61%, aos 8.426,74 pontos, o S&P avançou 3,39%, aos 907,24 pontos, e o Nasdaq, 2,58%, aos 1.763,56 pontos.
No Brasil, os setores voltados para o mercado doméstico tiveram grande impulso, com a ajuda dos estrangeiros, entre eles construção civil e varejo. Mas a alta das commodities (matérias-primas) fez com que as blue chips disparassem e o avanço de Vale se espalhou sobre as siderúrgicas. O setor bancário, que acompanhou seus pares no exterior, teve um desempenho um pouco mais contido, mas nem por isso pobre.
Vale ON saltou 10,86% e Vale PNA, +8,76%. Gerdau PN subiu 8,92%, Metalúrgica Gerdau PN, +10,38%, Usiminas PNA valorizou 6,18% e CSN ON, +7,24%. Cabe aqui registrar que, em relatório, o Goldman Sachs melhorou suas projeções para o minério de ferro devido às perspectivas mais positivas para as importações chinesas do insumo. "Agora acreditamos que o trimestre atual vai marcar o ponto mais baixo do ciclo do minério de ferro no mercado à vista", informou no documento. O banco manteve a previsão de queda de 40% para os contratos de minério neste ano, mas a expectativa para o preço à vista cresceu 9% para 2009 e 8% para 2010.
Petrobras ON subiu 8,58% e Petrobras PN ganhou 7,08%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em junho encerrou cotado a 2,39%, a US$ 54,47 o barril, o maior valor do ano. Bradesco PN subiu 4,84%. Hoje, o banco anunciou lucro líquido de R$ 1,723 bilhão, queda de 9,6% em relação ao lucro líquido ajustado de R$ 1,907 bilhão do mesmo período de 2008. Itaú PN ganhou 5,53% e BB ON, 3,54%.
Fonte :Exame
Nenhum comentário:
Postar um comentário