segunda-feira, 27 de abril de 2009
46960 Pontos
Faltou pouco, apenas 40 pontos, para que o Índice Bovespa fechasse a semana acima de 47 mil pontos. Se a média do mercado tivesse rompido esse valor, haveria motivos de sobra para esticar a sexta-feira com uma comemoração: seria o melhor fechamento desde agosto do ano passado.
A confirmar-se o fechamento preliminar a 46 800 pontos, a valorização da Bolsa brasileira superou 24% no ano, o que a torna um dos mercados mais dinâmicos do mundo, com um desempenho muito acima do mercado americano. Só para comparar, o Índice Standard & Poors de 500 ações ainda amarga uma baixa de 5% e o Dow Jones, mais concentrado em empresas industriais, está recuando cerca de 10% no acumulado do ano.
Como explicar o bom desempenho da Bolsa brasileira, se os números da economia são ruins? Fácil: está entrando dinheiro rapidamente no mercado. Até o dia 23 de abril, os investidores internacionais colocaram mais de 4 bilhões de reais na Bolsa este ano. O fluxo de dinheiro se tornou mais intenso nas últimas semanas de abril.
O interesse dos investidores internacionais decorre de dois fatores. O primeiro é que o Brasil não está bem, mas está melhor que os Estados Unidos e a Europa. Graças à irresponsabilidade do governo, que está abrindo generosamente a carteira, a economia por aqui está melhor do que a internacional. Os gastos públicos vêm servindo como um potente anestésico contra as piores dores da economia. Isso atrai dinheiro.
O segundo é que, surpreendentemente, ainda há dinheiro para ser atraído. Os inúmeros pacotes de ajuda governamental preparados por norte-americanos, ingleses, alemães e franceses, entre outros, foram além de meros encontros de contas e emissão de dinheiro virtual. Em maior ou menor escala, em algum momento houve a injeção de dinheiro de verdade na economia, e esse dinheiro funciona como capital globalizado, ou seja, percorre o mundo à procura de bons negócios.
Até quando esse movimento de alta, que tem surpreendido os gestores de recursos, vai continuar? Simples: enquanto durar a convicção dos investidores internacionais de que o mercado brasileiro vai continuar sendo uma boa alternativa de investimento.
Não dá para cravar que as empresas brasileiras serão assustadoramente lucrativas em 2009. Ao contrário, o que se vê são companhias divulgando quedas no faturamento ou baixas nos lucros, por terem optado por sacrificar margens para manter mercados. Por isso, enquanto a imprensa não começar a noticiar um aumento dos investimentos estrangeiros diretos, mostrando compras de empresas ou abertura de novas fábricas por aqui, a alta da bolsa deverá ser de curta duração.
Fonte: Cláudio Gradilone
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